terça-feira, 17 de outubro de 2017

Depressão

A depressão pode ser entendida como uma dificuldade em lidar com determinadas mudanças. As mudanças podem ser tanto externas
exógeno

"exógenas", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, https://www.priberam.pt/dlpo/ex%C3%B3genas [consultado em 17-10-2017].
«alterações no meio que nos rodeia», como internas «alteração na forma como nos sentimentos em relação a algo».

Nem sempre é fácil reconhecer um estado depressivo, e mais difícil ainda pode ser identificar a causa, bem como definir e seguir um plano de tratamento. Em alguns casos a ajuda médica pode ser importante, mas ainda assim não existem soluções milagrosas. Cabe acima de tudo, a quem sofre de uma depressão, perceber e lidar com a mudança de uma forma equilibrada.

sábado, 1 de julho de 2017

Sexualidade rima com Liberdade

Não tenho formação em psicologia, nem em sexologia, por isso este artigo deve ser lido numa perspetiva filosófica.

A sexualidade é uma característica intrínseca ao ser humano, por força da sua natureza genética animal. Ao fazer votos de celibato, um ser humano estará necessariamente a assumir uma posição de rejeição/confronto àquilo que a natureza lhe determina. 

A anterior afirmação, não pode ser confundida, nem reaproveitada para limitar a liberdade do individuo na forma como escolhe praticar a sua sexualidade. Desde que essa prática seja feita dentro dos limites «humanamente, socialmente e legalmente reconhecidos», da consciência e consentimento dos seus pares.

Algumas instituições religiosas, na imposição do celibato como condição necessária à integração numa determinada função (ex. sacerdotes), estão necessariamente a exigir/impor uma confronto à vontade/liberdade individual, em troca de uma aceitação institucional. Esta prática, é alias coerente, com a postura frequente destas intuições na negação do direito/reconhecimento da liberdade sexual.

Lamento imenso, pelo enorme suporte social, que ainda existe a estas intuições, quando estas procuram colocar-se acima da própria natureza na tentativa de tentar estabelecer "pela força humana" o seu conceito exclusivo de sexualidade.

Mais do que lamentar, preocupam-me os potenciais desequilíbrios psicológico associados a este confronto interno com a natureza individual. Haverá relação entre os imensos casos de desvios graves de natureza sexual no abuso de menores por parte de membros destas intuições, e os efeitos psíquicos do celibato?

Estará a Igreja, e mesmo admitindo um nobre intento de criar pastores,  por força do seu condicionamento sexual, a criar lobos ?

domingo, 12 de fevereiro de 2017

Longo caminho pela frente

Desde pequenos que somos ensinados sobre a importância da “bondade” e da “maldade”, através da educação da nossa família, da escola, e da religião -quando nos é dada-. Vamos afinando também este sentido, pelas nossas opiniões, e pelas opiniões do que nos rodeiam.

Quando o tempo que os pais têm para estar com os filhos é cada vez mais reduzido. A escola tem cada vez mais matéria para ensinar, e menos tempo para educar, e as religiões são incapazes de adotar a tão necessária liberdade intelectual. As crianças crescem sem sentidos, em confusão.  As fontes de educação e discernimento são tão fracas, que a educação moral se passa a definir pela persistência. A comunicação mais presente, é aquela que se afigura como a realidade, e que lhes dá a interpretação sobre o que é bom e mau.

A atracão causada pelos comunicadores mais próximos, sejam por natureza religiosa, política, intelectual, ou qualquer outra, torna-se mais determinante que a intimidade ou o cuidado da relação com o educador. A evolução da tecnologia e dos meios de comunicação social é capaz de anular a supremacia da presença e da proximidade da família.

Os grandes grupos de agregação social: a religião, a política e o futebol, fundamentalizam o sentimento de pertença/posse, de tal forma que os seus símbolos, rituais e cores são adotados numa intensidade de adoração, cega e racionalmente incapacitante.

A juntar a tudo isto, há os preconceitos, os rótulos de fundação empírica, estatística, ou meramente ideológica que automaticamente impõe julgamento sobre alguém, face a uma determinada característica humana, física, ou social.

Há uma imensa diversidade de grupos especializados e dedicados a cada uma destas dificuldades, infelizmente, na minha opinião, os resultados estão ainda muito aquém do desejado.

Desejo que sejamos capazes de estabelecer métodos mais simples e mais sólidos de orientação, capazes de suportar seres humano de bom carácter, resistentes a doenças psico-sociais, antigas ou contemporâneas.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

A minha história

A minha história é uma daquelas, em que a palavra, mais do que a apresentação, pensamento ou conhecimento foi criando a pessoa, tanto no entendimento, como no desentendimento.

A infância nasceu na paixão, no sonho, no desconhecido, com as emoções aguçadas naquilo que de mais intenso se pode esperar em brincadeiras de criança.

A adolescência trouxe a rebeldia e o tom de voz, como é tão habitual em muitos outros rapazes. Mas decidiu ficar, o pequeno jovem e o jovem adulto, continuaram nesse registo rebelde, com tantos rótulos: infantilidade, má educação e personalidade “forte”. O coração conduzia a boca, a um ritmo que o cérebro tinha dificuldade em acompanhar. Sentir primeiro, exprimir primeiro, pensar muito depois. O pedido de desculpa torna-se o hábito de salvação, sentida, repetida, mas num remendo que nem sempre cobria o rasgo.

O trabalho trouxe novo desafio, ao contrário das amizades e companhias, os colegas e os superiores não se escolhem, fazem parte do emprego que se tem que ter, uns maus e outros bons.

O brilho que parecia reluzente, torna-se cada vez mais cinzento, até que se apaga na escuridão. Sentindo-se apenas a pulsos, num manifesto de resistência.

Do apagão nasce a luz, tímida no brilho, mas cândida na essência.

Que a vida me permita continuar a crescer no brilho que dou e recebo entre aqueles que amo.