Não tenho formação em psicologia, nem em sexologia, por isso este artigo deve ser lido numa perspetiva filosófica.
A sexualidade é uma característica intrínseca ao ser humano, por força da sua natureza genética animal. Ao fazer votos de celibato, um ser humano estará necessariamente a assumir uma posição de rejeição/confronto àquilo que a natureza lhe determina.
A anterior afirmação, não pode ser confundida, nem reaproveitada para limitar a liberdade do individuo na forma como escolhe praticar a sua sexualidade. Desde que essa prática seja feita dentro dos limites «humanamente, socialmente e legalmente reconhecidos», da consciência e consentimento dos seus pares.
Algumas instituições religiosas, na imposição do celibato como condição necessária à integração numa determinada função (ex. sacerdotes), estão necessariamente a exigir/impor uma confronto à vontade/liberdade individual, em troca de uma aceitação institucional. Esta prática, é alias coerente, com a postura frequente destas intuições na negação do direito/reconhecimento da liberdade sexual.
Lamento imenso, pelo enorme suporte social, que ainda existe a estas intuições, quando estas procuram colocar-se acima da própria natureza na tentativa de tentar estabelecer "pela força humana" o seu conceito exclusivo de sexualidade.
Mais do que lamentar, preocupam-me os potenciais desequilíbrios psicológico associados a este confronto interno com a natureza individual. Haverá relação entre os imensos casos de desvios graves de natureza sexual no abuso de menores por parte de membros destas intuições, e os efeitos psíquicos do celibato?
Estará a Igreja, e mesmo admitindo um nobre intento de criar pastores, por força do seu condicionamento sexual, a criar lobos ?
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